terça-feira, 27 de outubro de 2015

Como controlar os perigosos triglicérides

TriglicéridesEssa gordura está por trás de infartos e outras ameaças. 
 
Embora menos conhecida que o colesterol, é mais controlável com ajustes no estilo de vida, como maneirar em pães e massas. Chegou a hora de mudar esse panorama.
 
Os triglicérides estão e, ao mesmo tempo, não estão na boca do povo. Por um lado, abusamos de alimentos que, junto a outros hábitos pouco saudáveis, aumentam a concentração dessa gordura nos vasos. Tanto que um em cada quatro americanos apresenta um índice acima de 150 mg/dl, o limite ideal — no Brasil não há números confiáveis, mas se acredita que seguimos a mesma toada. Por outro lado, ainda perdura um desconhecimento da população sobre o tema.

O colesterol (que nem gordura é; quimicamente falamos de um álcool complexo) ganhou os holofotes por ser reconhecidamente um fator de risco direto para panes no sistema circulatório. Pesquisas comprovam que o uso de remédios para baixá-lo reduz em até 40% os desfechos cardiovasculares e também aplaca a mortalidade. Já os triglicérides entraram numa certa penumbra, porque alguns estudos insinuaram que as drogas voltadas ao seu controle não evitam óbitos, embora diminuam em 13% o risco de infarto, AVC e afins.
O fato é que, quando se encontra numa quantidade elevada, os triglicérides instigam o surgimento de radicais livres e processos inflamatórios, dois perigos aos vasos. Fora isso, estimulam a fabricação exagerada de VLDL no fígado e de quilomícrons no intestino. "Essas duas lipoproteínas são quebradas, então, nas chamadas partículas remanescentes, que contribuem diretamente para o entupimento das artérias", ensina Michael Miller, epidemiologista da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos.

Miller atualizou um artigo de 2011 que avalia a influência dos hábitos no equilíbrio dos triglicérides. O novo texto diz: "Mudanças no estilo de vida podem reduzir as taxas em 50% ou mais". Fernando Flexa Ribeiro Filho, presidente do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, compara: "Quando se fala em colesterol, esse número não supera 30%". Uma das principais medidas para conter os triglicérides é moderar no pão branco, no macarrão, no açúcar...
Segundo a revisão de Michael Miller, se você trocar 10% das calorias provenientes do carboidrato – nutriente que sobra em macarrão e outras massas – pelas originárias de gorduras poli ou monoinsaturadas, diminui de 10 a 20% a quantidade de triglicérides. Vamos recorrer à matemática: um pão francês possui aproximadamente 112 calorias vindas de carboidratos, o que, em uma dieta tradicional de 2 mil calorias, representa 5,6% do total. Logo, ao riscar um pãozinho da conta diária, há uma potencial subtração de 11,2% na taxa que será exibida pelos exames. 

Entretanto, para fechar esse cálculo do bem, é importante adicionar gorduras insaturadas ao menu. Entre as opções, vale destacar o ômega-3, encontrado principalmente nos peixes marinhos. "Descobertas recentes apontam que ele inibe a síntese de triglicérides no fígado", conta Cintra. "Tanto que suplementos com essa substância já são prescritos para alguns pacientes com triglicérides descontrolados", arremata. Incrementar sua ingestão em 1 grama por dia acarreta uma queda de 5 a 10% na concentração do inimigo da vez.

Causas diversas

Veja o que financia a subida dos triglicérides – e pode passar batido
Remédios: diuréticos, corticoides, antipsicóticos, estrogênio oral... Todos podem conspirar a favor da síndrome metabólica, conjunto de disfunções marcado pelo ganho de barriga e o aumento dos triglicérides.

Hipotireoidismo: a tireoide é uma glândula responsável pelo ritmo de funcionamento do corpo inteiro. Logo, se a sua produção de hormônios é deficiente, há uma lentificação na atividade da enzima que quebra os triglicérides no fígado.

Insuficiência renal: quando os rins não funcionam corretamente, fica faltando uma proteína que também participa do processo de desintegração das moléculas gordurosas. A partir daí, elas passam a aparecer em larga escala nos vasos sanguíneos.

Diabete tipo 2: a doença está bastante ligada à obesidade. E a dupla, junta, intensifica a chamada resistência à ação da insulina. Essa condição, por sua vez, desregula as taxas de triglicérides e colesterol. Desarmonia nociva para o coração.

Consequências

Conheça males deflagrados pela alta dos triglicérides

Pancreatite aguda: é como se ocorresse uma obstrução na glândula que produz insulina. Explicamos: as partículas que carregam os triglicérides são grandes e, em excesso, podem bloquear dutos do pâncreas. A dor é intensa e o quadro inevitavelmente leva à hospitalização.
Esteatose hepática: a obesidade, e o consequente aumento dos triglicérides no organismo, desencadeia uma infiltração de gordura no fígado. A condição costuma ser silenciosa no início - entre os eventuais sintomas estão cansaço e perda de apetite.

Diabete tipo 2: além de causa, ele pode ser uma sequela do boom de triglicérides. É que os ácidos graxos, constituintes dessa gordura, prejudicam a ação da insulina, hormônio que libera o açúcar para as células. E isso, claro, faz a glicemia disparar.

Câncer: um estudo realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, relacionou altos níveis de triglicéride e colesterol com um maior risco de tumores de próstata. Apesar de ser uma evidência inicial, vale a pena ficar atento para escapar de mais esse problemão.

Fonte: Revista saúde

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

7 maneiras de exercitar seu cérebro

exercício cérebroUse o tempo livre (em vez de curti-lo todo no sofá) para fazer a cabeça borbulhar de boas ideias e mantê-la jovem e saudável por mais tempo.
 
De todo os planos que você provavelmente tem para as próximas semanas - terminar de assistir à terceira temporada da série Orange Is the New Black e planejar o próximo a viagem do feriado -, é quase certo que exercitar sua massa cinzenta não faz parte deles. Mas deveria. Por quê? Você pode achar cedo para começar a pensar nisso, mas perder o domínio da capacidade mental é inevitável. "O processo de evolução da doença de Alzheimer e da demência começa de duas a três décadas antes dos primeiros sintomas se manifestarem", diz o professor Perminder Sachdev, codiretor do Centro de Envelhecimento Cerebral Saudável, da University of New South Wales, na Austrália. "Isso sugere que existe uma grande janela de tempo para atuar na prevenção e no adiamento do início da doença."

Assim como malhar e comer bem mantém seu corpo em forma, isso faz o mesmo por sua cuca. "Estudos observaram que um modo de vida saudável - com atividade física, alimentação equilibrada, controle do stress e outros fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabetes - está ligado ao risco menor de desenvolver Alzheimer", observa o neurologista Fabio Shiba, da Fluyr Saudável Clínica de Combate à Dor, em São Paulo.

O que rola na sua cachola

Seu cérebro é uma máquina maravilhosa - ou, digamos, a empresa mais bem gerenciada que existe. Dentro do prédio (seu crânio), existem diferentes departamentos encarregados de funções específicas, como emoções, fala, memória, movimentos e sistemas involuntários, como digestão e respiração. Para manter cada seção funcionando adequadamente, seu cérebro é alimentado com oxigênio e nutrientes por meio de uma rede complexa de artérias, veias e vasos. Todos os setores são mediados pelas sinapses, as conexões entre as células do cérebro (neurônios). Você tem cerca de 100 bilhões dessas belezinhas (pense em 100 bilhões de funcionários exemplares, cumprindo prazos e tendo ideias brilhantes).
Num cérebro saudável, eles se encarregam de enviar sinais e mensagens entre os departamentos dia a noite, que são guardadas por um receptor antes de serem passadas adiante. Essa prova de corrida cerebral acontece milhões de vezes por segundo e fazem com que as memórias fiquem armazenadas, os hábitos sejam aprendidos e a nossa personalidade comece a ganhar forma, com certos padrões sendo fortalecidos enquanto outros vão sendo esquecidos.

Conforme envelhecemos, nosso corpo muda tanto do lado de fora quanto por dentro, onde placas amiloides e emaranhados neurofibrilares se formam entre as células do cérebro, causados pelo acúmulo de proteína. Essas placas podem interromper a função celular, enquanto os emaranhados matam os neurônios.

Resultado? Um cérebro encolhido. As informações guardadas em cada departamento começam a desaparecer, geralmente começando pelas memórias mais recentes. À medida que a doença se espalha pelo cérebro, até a memória antiga é afetada, além de habilidades como planejamento, aprendizado e equilíbrio, o que faz com que as pessoas afetadas pela doença passem, de uma hora para a outra, a não reconhecer mais os membros da família. A boa notícia é que pesquisas recentes mostram que os hábitos de vida são essenciais para prevenir e adiar o aparecimento de doenças no cérebro. E, quanto mais jovem você começar a obedecer os mandamentos a seguir, melhor.

As sete maneiras de malhar o cérebro

1. Respirare fundo

Se você é do time das nervosinhas, aprenda a reservar tempo para alguma atividade relaxante, como ouvir e cantar em voz alta as músicas preferidas e respirar calma e profundamente. O stress crônico faz seu cérebro pagar um preço alto, pois leva ao encolhimento do hipocampo (região ligada à memória verbal) e afeta o crescimento de células nervosas. Pior: o stress também prejudica seu coração. Um estudo publicado no periódico internacional Brain, Behavior and Immunity sugere que meditar (que costuma trabalhar também técnicas de respiração) não só diminui o sentimento de solidão como também preserva a integridade e as funções cerebrais.

2. Vá ao happy hour

Difícil quem saiba lidar bem com a solidão. Nosso cérebro, por exemplo, não sabe. Manter laços sociais fortalece esse órgão - e adultos que mantêm uma vida social ativa são menos propensos a desenvolver a demência. Reservar uma noite na semana para encontrar as amigas vez em quando pode ser mágico. "Manter-se em contato com outras pessoas trabalha o cérebro", diz Maree. E nada de se sentir intimidada por entrar em assuntos polêmicos: debater ideias estimula os neurônios a formar novas ligações, que é exatamente o que você precisa. Pesquisas não apontaram se as relações via redes sociais oferecem os mesmos benefícios.

3. Durma como um anjo

Um sono bom é necessário para manter seu cérebro afiado. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, descobriram que dormir pouco ou mal está ligado a níveis mais altos de beta-amiloide no cérebro, uma proteína que forma placas associadas ao mal de Alzheimer. O que fazer: descanse em um quarto escuro e ventilado, desligue o celular (ou coloque no silencioso) e evite olhar para ele uma hora antes de ir para a cama. 

4. Ame seu coração

"Todos os fatores de risco para as doenças cardíacas - pressão alta, diabetes, síndrome metabólica, fumo, colesterol alto, obesidade e sedentarismo - são também perigosos para a demência", diz Sachdev. Lembra-se daquela rede complexa de vasos sanguíneos abastecendo seu cérebro com nutrientes e energia? Se o seu sistema cardiovascular estiver comprometido, essa rede também pode entrar em colapso.

5. Coma alimentos frescos

Não se sabe exatamente como a alimentação impacta a demência e o mal de Alzheimer, mas pesquisadores enxergam uma ligação. Um estudo recente publicado na revista científica Alzheimer´s & Dementia afirma que a dieta mediterrânea está associada a um risco menor de desenvolver doenças do cérebro. Encha o carrinho com folhas verdes, vegetais frescos, frutas vermelhas, peixe, aves, castanhas, azeite, grãos integrais e feijão. O que cortar da lista de compras: Margarina, carboidratos e açúcar refinados e alimentos industrializados, fontes de sódio e gorduras trans.

6. Transpirarás sempre

Precisa de mais motivação para encarar a aula de spinning? Um estudo do ano passado realizado pela University of British Columbia, no Canadá, descobriu que uma rotina regular de exercícios aeróbicos parece aumentar a área cerebral do hipocampo. Treinos de resistência, equilíbrio e tonificação muscular não mostraram os mesmos resultados.

7. Estude mais

Quanto mais você usa o cérebro, mais forte ele fica, pois os neurônios são obrigados a fazer novas conexões. Que tal escolher um curso diferente ou assistir a palestras e debates de temas que curte? A música também é ótima para turbinar a inteligência. "Tocar um instrumento e cantar ativa o funcionamento simultâneo de várias áreas cerebrais", diz Fabio Shiba. "Além disso, é sabido que a capacidade musical em portadores de demência se mantém por muito mais tempo depois que outras habilidades foram perdidas." 
Mais: Esportes coletivos, aulas de circo e até escalada são esportes que não só exigem de você esforço físico como muito trabalho cerebral. Você irá aprender novas regras e estratégias vai acelerar o cérebro enquanto você aumenta os limites do corpo. 

Fonte: Revista saúde

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

De onde vêm os roncos?

Conheça os fatores que patrocinam a sinfonia noturna.
De onde vêm os roncos?
 
Os músculos da garganta e da boca são como uma sanfona.

Quando estão esticados, o ar passa silencioso. Mas, ao relaxarem à noite, podem ficar cheios de dobrinhas - e, aí, vibram com o entre e sai de oxigênio, provocando roncos. Estima-se que essa barulheira ecoe pela cavidade bucal de 40 a 60% da população. Listamos, abaixo, cinco fatores que podem estar por trás da sinfonia na hora do sono:   

1. Excesso de peso
Não é só na barriga que a banha se aloja. O excesso de gordura torna a língua maior e mais flácida, aumentando o risco de travar a garganta. Na faringe e no pescoço, o inchaço dificulta a passagem do ar. E tudo isso, junto, transforma a cavidade bucal em um potente amplificador.


2. Ser do sexo masculino O problema é três vezes mais comum entre os homens. Enquanto a testosterona relaxa a garganta, a progesterona das mulheres diminui o risco de obstruções. "Por isso que, a partir da menopausa, algumas mulheres começam a roncar", afirma Dalva Poyares, neurologista do Instituto do Sono.

3. Anatomia desfavorável
A arquitetura da face influencia o surgimento dos roncos. Um queixo pequeno ou para trás, desvios de septo e obstruções nasais, por exemplo, podem ecoar os ruídos por diferentes motivos. A solução para esses casos costuma ser uma cirurgia de correção.


4. Bebida e cigarro
O álcool descontrai ainda mais a musculatura bucal durante o período de descanso (e, a essa altura, você já deve ter entendido que frouxidão é sinônimo de barulheira). O cigarro, por sua vez, irrita as vias aéreas. Elas inflamam e, aí, podem inchar até deixar a respiração turbulenta.


5. Dormir de barriga pra cima
A culpada, nesse cenário, é a própria gravidade. Entenda: ela arremessa a língua para trás e, desse modo, bloqueia a garganta. Viu?! Há até base científica para dar aquela empurradinha no companheiro que, quando adota essa posição, começa a rugir na cama.

 
 
Fonte: Revista saúde