terça-feira, 28 de março de 2017

Reutilizar agulha de insulina coloca saúde de diabéticos em risco

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Um posicionamento oficial inédito da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) apontou os perigos dessa e de outras práticas comuns.



A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e os fabricantes recomendam usar a agulha para a aplicação de insulina apenas uma vez. Mas um novo relatório da SBD mostra que metade dos portadores de diabete desconsideram essa norma — alguns reutilizam cada uma até cinco vezes.

“Reaproveitadas, as agulhas perdem a fiação e sofrem alterações, com risco de quebra e bloqueio do fluxo, por causa da cristalização da insulina”, explica Carolina Mauro, Consultora Educacional da multinacional de tecnologia médica BD.

Outro problema que pode ocorrer por causa do manejo inadequado das agulhas é a lipo-hipertrofia. Esse quadro de nome complicado nada mais é do que um acúmulo de gordura na pele. Só não pense que estamos falando de uma consequência meramente estética. Quando aplicada nas regiões com esses “caroços de gordura”, a insulina demora mais para ser absorvida.
Resultado: em um primeiro momento, o paciente pode apresentar um pico de glicemia, que danifica os vasos sanguíneos e eventualmente até gera tontura. Depois, com a liberação tardia no sangue, corre o risco de entrar em um perigoso estado hipoglicêmico — nos casos mais graves, ele entra em coma.

O documento aponta que a reutilização está relacionada a conveniência, economia, falta de material e preocupação ambiental. Ou seja, enquanto os portadores precisam se esforçar um pouco mais para seguir as orientações médicas e programar a aquisição de agulhas com antecedência, as autoridades devem resolver questões de oferta dos insumos médicos, principalmente no setor público.

O tamanho da agulha

Outra recomendação da SBD: priorizar agulhas curtas, de, no máximo, quatro milímetros em caneta injetora e seis milímetros em seringas. Elas são mais confortáveis e seguras, além de reduzirem o risco de o hormônio ser depositado indevidamente no músculo.

Fonte: Revista saúde

quarta-feira, 15 de março de 2017

Novo tratamento para salvar a próstata

Procedimento simplifica o combate ao segundo tumor mais comum entre os homens


 Cientistas do Instituto Weizmann de Israel criaram uma terapia que promete revolucionar a batalha contra o câncer de próstata inicial. Ela envolve aplicar um remédio e jogar uma luz infravermelha na glândula durante um procedimento cirúrgico. “Alcançamos 80% de cura com uma única aplicação”, revela o urologista Paulo Palma, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).



Outro ponto positivo é a ausência de efeitos colaterais. “Isso é uma coisa muito rara de se ver em medicina”, destaca Palma. Já aprovada em Israel e no México, a técnica está em análise no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Veja como funciona:

 
Radiação contra casos avançados

Chega ao Brasil uma opção inédita para contra-atacar as ramificações do câncer de próstata avançado e resistente à castração. Calma que explicamos: trata-se de uma parcela de casos (cerca de 20%) em que a enfermidade evolui mesmo quando os médicos cortam a testosterona, hormônio que faz o tumor crescer.

O Radio 223, da farmacêutica Bayer, age nas células cancerosas que saíram da glândula e se instalaram nos ossos – é a metástase. “Nos estudos, ele diminuiu o número dessas complicações e aumentou a qualidade de vida dos pacientes”, resume o oncologista Fernando Maluf, do Hospital São José, na capital paulista.

Fonte: Revista saúde

terça-feira, 7 de março de 2017

10 tipos de farinha que podem substituir a de trigo

farinhasDe arroz, aveia, sorgo, maca... Conheça os benefícios de cada uma dessas versões e aprenda a inclui-las em receitas.

 

Em uma visita rápida ao supermercado, dá para perceber que a oferta de farinhas é imensa. Tem de aveia, de linhaça, de arroz, de amêndoa e a tradicionalíssima de trigo, entre outras à base de leguminosas e frutas.

A diversidade é tão grande que o consumidor fica sem saber qual a mais indicada para variar o sabor de pães, bolos, biscoitos e afins. Segundo Beatriz Tenuta Martins, professora de nutrição e gastronomia do Senac, em São Paulo, algumas opções, como a de grão-de-bico, oferecem benefício duplo. “Além de nutritiva, tem boa funcionalidade. Ou seja, interage com os ingredientes nas receitas, com ótimos resultados”, diz.

As novas versões atendem tanto quem é intolerante ao glúten — proteína existente em alguns cereais — quanto aos que desejam apenas enriquecer o cardápio. Para ajudá-lo a fazer a melhor escolha, elaboramos um guia com dez produtos disponíveis no Brasil. Cada um oferece vantagens e limitações. Agora é só experimentar pra ver…

Farinha de amêndoa

Sua marca registrada é a presença de vitamina E, um antioxidante de respeito que evita danos às células do organismo. “Como as demais oleaginosas, a amêndoa é rica em gordura poli-insaturada, importante na produção dos hormônios sexuais, no transporte de vitaminas e no controle do colesterol”, afirma a nutricionista Elaine Pádua, pós-graduada em nutrição e doenças crônicas e degenerativas pelo Instituto de Pesquisa e Ensino do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Essa farinha pode ser usada em biscoitos, muffins, bolos, cupcakes e até para empanar alimentos, em substituição à farinha de rosca. Uma dica importante, dada pela nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo, é armazená-la com cuidado. Se o recipiente não estiver bem fechado, a farinha vai oxidar e adquirir um sabor rançoso.
Preço médio: R$ 27,80 (150 gramas).*
 
Farinha de arroz
Quem não pode consumir glúten a elege como a substituta ideal pelo preço acessível e por ser encontrada com facilidade. É vendida nas versões branca ou integral.
“Fonte de energia e fibras, essa farinha auxilia o funcionamento do intestino e contribui para a saúde do coração”, afirma Beatriz Botequio, nutricionista da Equilibrium Consultoria, de São Paulo. Ela possui ainda baixo índice glicêmico, minerais (magnésio, manganês e fósforo) e vitaminas do complexo B.

Como usá-la? Ora, experimente-a no preparo de pães, quiches, bolos, mingaus, pudins e vitaminas.

Só tem um porém. Uma pesquisa recente, conduzida pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, sugere que o arroz concentra metais tóxicos, como arsênio e mercúrio (usados nos fertilizantes). Pelo sim, pelo não, convém não exagerar.
Preço médio: R$ 4,90 (200 gramas).*

Farinha de aveia

É das mais versáteis e saudáveis do mercado. Possui um tipo de fibra solúvel, a betaglucana, que retém água e forma um gel no aparelho digestivo, aumentando a saciedade. Aliás, são essas mesmas moléculas que ajudam a capturar o colesterol no sangue.

Biscoitos, panquecas, mingaus, bolos e massas de tortas salgadas estão entre os preparos que podem incluir a farinha de aveia. Anita Sachs só alerta para o cuidado que devemos ter com outros ingredientes adicionados às receitas. “Como nem todas as versões de farinhas são panificáveis, muitas vezes é preciso dar equilíbrio adicionando gordura. É importante considerar esses percentuais para não exagerar”, diz.

No Brasil, já existe uma marca que comercializa a versão sem glúten do produto. Sim, embora a aveia não contenha essa proteína dentro de si, ela é comumente processada, armazenada e transportada junto com o trigo. Assim, resquícios de glúten podem ir para dentro do pacote.
Preço médio: R$ 11,80 (200 gramas).*

Farinha de sorgo

Embora seja mais conhecido na Europa do que por aqui, esse grão tem composição nutricional semelhante à do milho — com mais proteínas e fibras e menos gordura. Ele ainda fornece minerais como ferro, cobre, fósforo e potássio.

Agora, a farinha tem sabor mais forte e deixa as receitas um pouco mais secas, o que pode ser compensado pela adição de líquidos. Prepare bolos, pães, biscoitos e panquecas com ela.
Preço médio: R$ 12 (250 gramas).*

Farinha de chia

As pequenas sementes que compõem essa farinha são velhas conhecidas de vegetarianos e veganos por suas qualidades nutricionais e por substituírem o ovo em diversas receitas — mesmo papel da linhaça. “Ela auxilia no funcionamento intestinal, na saúde do coração e no controle de peso”, afirma Beatriz Botequio.

Esses benefícios são resultado de nutrientes antioxidantes, fósforo, magnésio, potássio e vitaminas. É ideal para preparar pães, bolos, tortas e servir sobre saladas e em vitaminas.
Preço médio: R$ 9,90 (200 gramas).*

Farinha de linhaça

Até por ofertar fibras e gorduras saudáveis, seu consumo frequente ajuda a reduzir peso. Pois é: essas substâncias estimulam a saciedade.

A farinha de linhaça dourada, aliás, também é cheia de ômega-3. “Ela carrega ácido alfa linolênico, que controla os níveis de colesterol e diminui os processos inflamatórios”, acrescenta Elaine.

Teste a farinha de linhaça para preparar bolos, sobretudo nas receitas veganas. Ou a acrescente em receita de tortas ou nas saladas.
Preço médio: R$ 9,20 (200 gramas).*

Farinha de quinua

O alto teor de proteínas da quinua a torna uma alternativa para alimentos de origem animal. “É um grão completo, com fibras, vitaminas, minerais e aminoácidos essenciais, como o triptofano”, ensina Beatriz Botequio.

O tal triptofano é responsável pela diminuição da vontade de atacar comidas calóricas, além de melhorar o humor, controlar o peso e reduzir o risco de desenvolver doenças crônicas. Fica excelente em massas de tortas salgadas.
Preço médio: R$ 12,80 (150 gramas).*

Farinha de maca peruana

Mais conhecida no universo fitness, essa farinha está ganhando espaço entre nutricionistas por suas doses fartas de fibras, vitaminas, zinco, cálcio e ferro.

“Como ajuda a modular os hormônios, tem fama de afrodisíaca”, diz Elaine. A farinha, feita com uma planta que lembra o rabanete, carrega carboidratos, garantindo o pique e a energia de quem se exercita regularmente. É deliciosa em vitaminas.
Preço médio: R$ 34 (150 gramas).*

Farinha de grão-de-bico

“Trata-se de uma ótima opção para incluir proteínas na alimentação”, afirma Beatriz Botequio. Como ainda concentra fibras e vitaminas aos montes, é considerada uma das mais nutritivas.
Segundo Beatriz Tenuta Martins, essa versão é a que melhor se adapta aos preparos que tradicionalmente usam farinha de trigo. “Nem toda farinha pode substituir a de trigo sem adaptações na receita”, ensina. “A que oferece os resultados mais próximos aos obtidos com o glúten é realmente a de grão-de-bico, principalmente em pães”, reforça.
Preço médio: R$ 7,90 (200 gramas).*

Farinha de berinjela

Rica em pectina — uma fibra solúvel presente na parede celular das plantas —, ela promove a sensação de saciedade. Como se fosse pouco, a farinha contribui no controle da glicemia do colesterol ruim.

Esse produto cai bem em tortas salgadas. Contudo, há quem se aventure a fazer vitaminas com ela.
Preço médio: R$ 19,40 (150 gramas).*

E a farinha de trigo?

Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Trigo (Abitrigo) mostram que o brasileiro ingeriu, em média, 40 quilos dessa farinha em 2015. O consumo inclui desde receitas feitas em casa a produtos industrializados.

A branca ainda é a preferida no nosso país. Um reduto de carboidratos simples, ela passa por um processo de refino que retira parte de suas fibras, nutrientes e vitaminas (contidos na casca do grão).

Por isso, na dúvida, prefira a opção integral — que preserva essas substâncias benéficas. Ambas têm a mesma quantidade de calorias.

Beatriz Tenuta Martins defende a necessidade de montar um cardápio que privilegie alimentos naturais. “A tendência atual da nutrição é buscar uma dieta equilibrada, com mais fibras e menos gordura, açúcar, sal e processados. Esses cuidados evitam uma série de doenças crônicas e obesidade”, arremata.

Tem até versão à base de frutas!

Embora a definição correta para farinha seja “o produto obtido com a moagem de grãos de cereais”, como explica Beatriz Tenuta, hoje a variedade de itens enquadrados nessa categoria é tão grande que inclui os feitos com casca, miolo ou resíduos de frutas. As farinhas mais badaladas do momento são a de coco, de maracujá, de uva e de banana-verde.
As versões de coco e maracujá, por exemplo, são riquíssimas em fibras (e também vêm sem glúten). Já a de uva tem resveratrol, potente antioxidante.

Todas podem ser usadas para compor granola caseira, bolos, vitaminas e tortas. Mas a queridinha da nutricionista Elaine Pádua é a de banana-verde. “Ela possui amido resistente, que dá saciedade e ajuda a manter vivas as bactérias intestinais benéficas”, afirma. “E sabemos que o intestino é o segundo cérebro.”

É farelo ou farinha?

A nutricionista Beatriz Botequio explica a diferença: “O farelo é obtido da parte externa do grão, a casca. Já as farinhas vêm da parte interna (quando refinada) ou, no caso das integrais, das partes interna e externa”.

O que isso quer dizer? O farelo e a farinha integral são mais nutritivos por usarem partes do grão ricas em fibras.

* Preços pesquisados em fevereiro de 2017 em lojas de produtos industrializados.
 
Fonte: Revista saúde

sexta-feira, 3 de março de 2017

Uma simples técnica culinária pode afastar o diabete

Evitar altíssimas temperaturas ao cozinhar certos alimentos evita a formação de substâncias que fomentam o diabete e outras doenças.

 Legumes

Somando duas décadas de estudos sobre substâncias chamadas AGEs, o nefrologista Jaime Uribarri, da Faculdade de Medicina Icahn, em Monte Sinai, nos Estados Unidos, guarda motivos de sobra para não nutrir simpatia por tais moléculas. “Temos vários experimentos indicando que uma dieta rica em AGEs causa doenças”, justifica.
Mas onde estão as inimigas? Bem, seu surgimento depende das técnicas culinárias que empregamos. Nesse sentido, fritar é uma furada. Em busca de mais evidências sobre esse tema, Uribarri dividiu 100 indivíduos obesos em dois grupos.

Apenas um deles recebeu a orientação de fugir das altas temperaturas e, no lugar, cozinhar os alimentos na água ou no vapor, por exemplo. “Foram justamente essas pessoas que apresentaram melhoras em relação a indicadores de inflamação e estresse oxidativo. Também notamos que caiu a resistência à insulina, fator precursor do diabete”, conta o médico. É ou não é para rever o jeito de preparar as refeições?

Um poço de AGEs

De acordo com o pesquisador americano, a produção dessas moléculas é intensa em condições que usam o que ele define como “calor seco”. “Desculpe, isso inclui o churrasco brasileiro”, brinca o médico. Fazer a marinada com ervas, usar peças menores de carne e virar os bifes com frequência minimizam o surgimento das substâncias na grelha.

Sem perigo e com sabor

Você pode fazer um prato pobre em AGEs e gostoso usando sua imaginação como cozinheiro. “Nós sugerimos que as pessoas usem quantas especiarias desejarem”, diz Uribarri. Ele também recomenda marinar os alimentos no limão ou no vinagre antes de cozinhá-los.

 Fonte: Revista saúde