sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Dieta: muito além do peso na balança

dieta

Mudanças bruscas na alimentação para emagrecer podem trazer consequências para a saúde que não nos damos conta. O que fazer?



Quando pensamos em dietas, já imaginamos os pesos perdidos na balança. Mas eu quero convidar você a olhar para além do emagrecimento. As dietas das mais variadas origens trazem ao organismo um desafio importante: como se reorganizar para lidar com mudanças na quantidade de carboidratos, lipídeos (popularmente chamados de gorduras) e proteínas ingeridas.

Ora, nosso corpo possui um conjunto complexo de enzimas e bactérias que se adaptam ao que comemos no dia a dia. Assim, ao modificarmos nossa alimentação — e principalmente quando isso ocorre de maneira abrupta —, todo esse conjunto sofre um abalo.
Lembra daquela viagem que você fez por alguma região do Brasil ou até do exterior? Aposto que você se deliciou com pratos diferentes e sabores atípicos da sua rotina. Pois bem: essa mudança no cardápio muitas vezes termina em visitas inesperadas ao banheiro, certo? Isso é tão comum que tem até nome científico: diarreia do viajante.

De certa forma, algo similar acontece quando entramos numa dieta específica. As bactérias e enzimas se organizam para conseguir processar aquela novidade alimentar. Bom, mas isso tem alguma possível consequência?

A resposta é sim. As alterações na microbiota (antes chamadas de flora intestinal) impactam na saúde como um todo. Recentemente, uma revisão publicada na revista Nature demonstrou que essa mudança promove maior exposição a processos inflamatórios e pode elevar as produções de colesterol, com suas consequências cardiovasculares ja conhecidas.
Quando submetemos nosso corpo a novas dietas em busca de um peso “ideal”, promoveremos mudanças além da perda de gordura ou massa magra. Não estou dizendo que, de agora em diante, você só pode comer os mesmos pratos todo santo dia. Longe disso!

A reflexão, aqui, é sobre mudanças radicais no cardápio que miram um objetivo, mas podem acabar acertando outros alvos. O impacto dessa nova aventura alimentar pode ser algo que sequer imaginávamos. Talvez valha a planejar melhor essa viagem — se for o caso, com a ajuda de um profissional — antes de embarcar rumo ao desconhecido.
E aqui uma lembrança da minha infância quando eu jogava batalha naval. Dizíamos: “Atiramos no que vimos e pegamos no que não vimos”. Assim, dieta vai muito além do peso.
 
Fonte Revista saúde

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Azeite só faz bem na salada?

Dá para usar o óleo de oliva em diversos pratos, mas nem todos preservam integralmente seus aclamados nutrientes 

 

azeite-usos-e-beneficios

A lista de benefícios proporcionados pelo azeite é extensa: vai do controle do colesterol ao combate de diabetes, problemas neurodegenerativos e câncer. Não à toa o óleo é figurinha certa na cozinha de muita gente, sendo recrutado principalmente na hora de temperar a salada.
 
Mas a leitora Vanusa Silva costuma utilizá-lo no almoço e no jantar, mesmo na ausência dos vegetais. Daí surgiu a dúvida: faz sentido investir nesse óleo sem ter alface, tomate e afins no prato?

Segundo a nutricionista Ceres Della Lucia, professora da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, a principal questão é não pesar a mão. “Recomenda-se 30 gramas ou duas colheres de sopa de azeite de oliva por dia”, diz. A melhor opção seria o extravirgem, cheio de antioxidantes – substâncias capazes de ajudar na prevenção de doenças.

Outro ponto importante envolve a temperatura. É que o azeite começa a perder parte dos aclamados antioxidantes ao ser exposto ao calor, principalmente quando passa a casa dos 160°C – como ocorre na fritura de um ovo. “Mas dá para utilizá-lo tranquilamente para substituir a manteiga e o óleo convencional em refogados e assados”, completa Ceres. Ou seja: não precisa pensar duas vezes antes de levá-lo ao fogo.
Fonte: Revista saúde

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Se o refrigerante ficasse mais caro, menos gente beberia

refrigerantePesquisa indica que o aumento no preço de refris influenciaria no seu consumo. Será que, em nome da saúde, o governo deveria cobrar impostos mais pesados?

 

 

Se o preço do refrigerante aumentasse, o brasileiro reduziria o seu consumo. O achado vem de uma pesquisa do Datafolha, a pedido da ONG ACT Promoção da Saúde, que foi divulgada na Folha de S.Paulo.

Alguns especialistas defendem o aumento nos impostos de refrigerantes e mesmo de alguns outros produtos industrializados como forma de incentivar a diminuição do consumo e, assim, combater as crescentes taxas de obesidade e diabetes, por exemplo. Um dos principais alvos do momento é o açúcar.

Questionados como reagiriam caso os impostos obrigassem essas bebidas a ficarem mais caras, 74% dos consumidores responderam que diminuiriam o consumo. Entre eles, 51% diminuiriam muito e 23% reduziriam um pouco a ingestão. Por outro lado, 15% não mudaria seus hábitos mesmo com a subida no preço e 3% tomariam mais refrigerante caso o preço aumentasse. Como assim?! Ora, os entrevistadores também não entenderam essa resposta.

Por fim, 8% dos consumidores disseram não comprar refrigerante e bebidas açucaradas artificialmente. Não que seja proibido engolir qualquer gota desses líquidos, mas realmente é melhor não tomá-los do que exagerar nos goles.

O Datafolha ouviu 2 070 pessoas acima de 16 anos, em 129 cidades. A pesquisa ajuda a colher dados para um debate sobre medidas no mercado para incentivar hábitos de consumo mais saudáveis.

Embalagens e publicidade

O governo debate atualmente novas regras que obrigariam fabricantes de alimentos com altas taxas de açúcar, sódio e calorias a estampar isso claramente nos rótulos. Sobre concordar ou não com advertências claras em embalagens para indicar a presença excessiva ou não dessas substâncias, 83% concordam totalmente, enquanto 9% discordam totalmente.

Outra pergunta da pesquisa envolve a publicidade infantil. “Você é a favor ou contra as propagandas de refrigerante, salgadinho, bebidas açucaradas e macarrão instantâneo dirigidas para crianças?”. 52% dos brasileiros são contra essas propagandas. Já 11% se dizem totalmente favoráveis.
Fonte: Revista saúde

 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

4 fatos que toda mulher deve saber sobre o exame de papanicolau

papanicolauEsse teste é cercado de desinformação, o que ajuda a aumentar a incidência e a mortalidade por câncer de colo de útero pelo Brasil.

 

Embora esteja disponível na rede pública, o exame de papanicolau é subutilizado no Brasil. Não à toa, nosso país sofre com muitos casos de câncer de colo de útero — e uma taxa preocupante de mortes, em especial nas regiões Norte e Nordeste.
 
Só em 2016, 16 340 mulheres foram diagnosticadas com essa doença (que poderia ser erradicada se controlássemos as infecções pelo vírus HPV), segundo dados do Instituto Nacional de Câncer. E pior: 44% delas só detectaram o problema quando ele atingiu um estágio avançadíssimo, que reduz drasticamente as chances de cura.

O fato é que ainda conhecemos pouco sobre o papanicolau. Até por isso, o Instituto Oncoguia organizou um evento para informar os próprios jornalistas sobre esse exame e o tumor de colo de útero em geral.

Durante o workshop, o ginecologista Julio Resende, coordenador do Programa de Rastreamento de Cânceres Ginecológicos do Hospital de Câncer de Barretos (SP), esclareceu alguns pontos-chave que geram bastante confusão sobre o papanicolau. Veja abaixo:

1) O papanicolau não é feito para detectar DSTs

Não pense que esse exame vai captar toda e qualquer doença sexualmente transmissível. Na verdade, ele sequer confirma a presença do vírus HPV. Em resumo, o teste rastreia a presença de lesões pré-cancerosas (que são provocadas pelo vírus em questão).

Claro que, durante a avaliação do ginecologista, a busca por DSTs em geral também deve ser contemplada. Só que os meios de fazer isso são outros. Recado final deste item: pergunte para o profissional se ele pretende realizar o papanicolau ou não.

2) O resultado demora alguns dias para sair

Muitas mulheres imaginam que esse exame consiste apenas em uma observação atenta do colo do útero. Não se engane: durante o procedimento, o expert coleta material com um equipamento e, na sequência, envia-o ao laboratório para uma análise mais complexa.

É importantíssimo cobrar os resultados para ver se está tudo em ordem — e não se satisfazer com uma avaliação puramente clínica se o objetivo é prevenir o câncer de colo de útero.

3) É um exame preventivo

Como já dissemos, a sacada do papanicolau é indicar lesões pré-cancerosas — ou seja, que vão originar um tumor se não forem removidas a tempo. Trata-se de uma estratégia diferente da mamografia, por exemplo, que detecta o câncer de mama em si.

Portanto, quando você se submete com regularidade ao papanicolau, o risco de desenvolver um tumor de colo de útero, mesmo que inicial, cai demais. Trocando em miúdos, não é um método para diagnosticar a doença, mas para impedir que ela apareça.

Aliás, se o resultado sugerir alguma anormalidade, você precisará realizar outros testes, como a colposcopia, para que os especialistas de fato saibam o que está acontecendo. Entendido?

4) Não precisa ser feito todo ano

As Diretrizes Brasileiras Para o Rastreamento do Câncer de Colo de Útero, do Ministério da Saúde, são claras. Segundo elas, as mulheres que já tiveram ou têm atividade sexual devem começar a fazer o papanicolau a partir dos 25 anos.

As duas primeiras avaliações precisam, sim, ser realizadas com um intervalo de um ano entre elas. Mas, se ambos os resultados vierem negativos (o que é bom), as próximas podem ser repetidas de três em três anos — sem prejuízos às mulheres, que fique claro.

É possível interromper essa estratégia de rastreamento aos 64 anos, desde que os últimos dois exames não tenham indicado sinais suspeitos. Agora, mulheres mais velhas que nunca realizaram o papanicolau se beneficiam ao recorrer a ele mesmo depois dessa faixa etária.
Fonte Revista saúde